ESTUDO QUALITATIVO SOBRE PRÁTICAS DE IN/EXCLUSÃO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA NO SUL DO BRASIL

Autores

  • Maria Luiza Adoryan Machado Universidade de Santa Cruz do Sul (Brasil) / Universidad Católica de Colombia

Palavras-chave:

Assistência social, Educação permanente, Políticas públicas, Psicologia

Resumo

Viver na condição de rualização é um dos resultados (muitas vezes, fatais) de desigualdades que permeiam as cidades. O presente artigo caracteriza-se como qualitativo e teve como objetivo refletir sobre o conceito de in/exclusão e a oferta de educação permanente quanto às demandas da população de rua no Sistema Único de Assistência Social em Santa Cruz do Sul-RS. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com trabalhadoras do SUAS e para a análise de dados foi utilizada a proposta de Mary Jane Spink. Evidenciamos a falta de educação permanente para acrescentar no trabalho já desenvolvido e contribuir na atuação frente a uma população que continua sendo invisível. Assinalamos que tal questão acaba sendo um fator gerador de práticas in/excludentes.

Biografia do Autor

Maria Luiza Adoryan Machado, Universidade de Santa Cruz do Sul (Brasil) / Universidad Católica de Colombia

Doutoranda em Psicologia e Pesquisadora-Líder no Grupo de Pesquisa "Semillero POLITEIA" da Universidad Católica de Colombia, com bolsa completa pelo governo colombiano. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1131-7973

Referências

BOTTI, N. C. L.; CASTRO, C. G. de.; SILVA, A. K.; SILVA, M. F. da S.; OLIVEIRA, L. C. de.; CASTRO, A. C. H. O. A. de.; FONSECA, L. L. K. (2010). Padrão de uso de álcool entre homens adultos em situação de rua de Belo Horizonte. Ribeirão Preto: SMAD - Revista eletrônica saúde mental álcool e drogas, v. 6, n. Especial, p. 536-555, 2010.

BRASIL, GOVERNO FEDERAL. Política Nacional para Inclusão Social da População em Situação de Rua. Brasília. 2008.

BRASIL, GOVERNO FEDERAL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Rua: aprendendo a contar - Pesquisa Nacional sobre a População em Situação de Rua. Brasília: Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação, Secretaria Nacional de Assistência Social. 2009.

BRASIL, GOVERNO FEDERAL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política Nacional de Educação Permanente do SUAS (PNEP/SUAS). Brasília: Secretaria Nacional de Assistência Social, 1ª edição. 2013.

CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução n. 510 de 07 de abril de 2016. Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 24 mai. 2016.

CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução n. 466 de 12 de dezembro de 2012. Aprova diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 12 dez. 2012.

COSTA, A. P. M. População em situação de rua: contextualização e caracterização. Porto Alegre: Textos e contextos, v. 4, n. 1, p. 1-15, 2005.

DUARTE, R. Entrevistas em pesquisas qualitativas. Curitiba: Educar em Revista, vol. s/n, n. 24, p. 213-225, 2004.

FERRAZ, C. P. A etnografia digital e os fundamentos da Antropologia para estudos em redes on-line. São Paulo: Revista de Arte Aurora, v. 12, n. 35, p. 46-69, 2019.

FOUCAULT, M. A vida dos homens infames. In: FOUCAULT, M. Estratégia, poder-saber. Ditos e escritos IV. Rio de Janeiro: Forense Universitária, pp.203-222. 2006.

GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro: Editora LTC. 1988.

LOPES, M. C. Políticas de Inclusão e Governamentalidade. Porto Alegre: Revista Educação & Realidade, v. 34, n. 2, p. 153-169, 2009.

LUNARDI, M. L. Inclusão/exclusão: duas faces da mesma moeda. Santa Maria: Revista Educação Especial, v. s/n, n.18, p. 1-5, 2001.

MACHADO, M. L. A., ASSMANN, C., NUNES, K. G. (2018). Saúde na rua(?): modos de (re)pensar a saúde mental da população em situação de rua através da pesquisa-ação. In: ALMEIDA, P. C. S. de; KLAFKE, T. E. (Orgs). Ensino e extensão na UNISC: prêmio honra ao mérito 2017. Santa Cruz do Sul: EDUNISC. 2018.

MARTINS, H. H. T. de S. Metodologia qualitativa de pesquisa. São Paulo: Revista Educação e Pesquisa, v. 30, n. 2, p. 289-300, 2004.

MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 13. ed., Hucitec. 2013.

MORÉ, C. A. “entrevista em profundidade” ou “semiestruturada”, no contexto da saúde - Dilemas epistemológicos e desafios de sua construção e aplicação. Anais online VI Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa e IV Simpósio Internacional de Educação e Comunicação. 2015.

NATALINO, M. A. C. Estimativa da população em situação de rua no Brasil. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). 2016.

PAIVA, I. K. S.; LIRA, C. D. G.; JUSTINO, J. M. R.; MIRANDA, M. G. de O.; SARAIVA, A. K. DE M. Direito à saúde da população em situação de rua: reflexões sobre a problemática. Rio de Janeiro: Revista Ciência e Saúde Coletiva, v. 21, n. 8, p. 2595-2606, 2016.

PIMENTA, M. de M. Pessoas em situação de rua em Porto Alegre. Porto Alegre: Revista Civitas, v. 19, n. 1, p. 82-104, 2019.

PORTO, J. R. S. Uma analítica do poder para as políticas públicas: Foucault e a contribuição da Anthropology of Public Policy. Rio de Janeiro: Estudos, Sociedade e Agricultura, v. 22, n. 2, p. 360-385, 2014.

PRATES, J. C.; PRATES, F. C.; MACHADO, S. Populações em situação de rua: os processos de exclusão e inclusão precária vivenciados por esse segmento. Brasília: Temporalis, v. 11, n. 22, p. 191-215, 2011.

ROSA, A. R.; TURETA, C.; BRITO, M. J. de. Práticas discursivas e produção de sentidos nos estudos organizacionais: a contribuição do construcionismo social. Ceará: Contextus – Revista Contemporânea de Economia e Gestão, v. 4, n. 1, p. 41-52, 2006.

SERAFINO, I.; LUZ, L. C. X. Políticas para a população adulta em situação de rua: questões para debate. Florianópolis: Revista Katálysis, v. 18, n. 1, p. 74-85, 2015.

SILVA, C.; R. de C.; MENDES, R.; NAKAMURA, E. A dimensão da ética na pesquisa em saúde com ênfase na abordagem qualitativa. São Paulo: Saúde e Sociedade, v. 2, n. 11, p. 32-41, 2012.

SPINK, M. J. Linguagem e produção de sentidos no cotidiano. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais. 2010.

SPINK, M. J.; FREZZA, R. M. Práticas discursivas e produção de sentido: a perspectiva da Psicologia Social. In: Spink, M. J. (Org). Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais. 2013.

SPINK, M. J.; GIMENES, M. da G. Práticas discursivas e produção de sentido: apontamentos metodológicos para a análise de discursos sobre a saúde e a doença. São Paulo: Saúde e Sociedade, v. 3, n. 2, p. 149-171, 1994.

SPINK, M. J.; LIMA, H. Rigor e visibilidade: a explicitação dos passos de interpretação. In: SPINK, M. J. (Org). Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais. 2013.

VEIGA-NETO, A.; LOPES, M. C. Inclusão e Governamentalidade. Campinas: Revista Educação & Sociedade, v. 28, n. 100, p. 947-963, 2007.

VEIGA-NETO, A.; LOPES, M. C. Inclusão, exclusão, in/exclusão. São Paulo: Revista do NU-SOL: Núcleo de Sociabilidade Libertária, v. 1, n. 20, p. 121-135, 2011.

VIEIRA, M. A. da C.; BEZERRA, E. M. R.; ROSA, C. M. M. (Orgs.). População de rua: quem é, como vive, como é vista. Hucitec. 1992.

Downloads

Publicado

2025-01-22

Como Citar

Machado, M. L. A. (2025). ESTUDO QUALITATIVO SOBRE PRÁTICAS DE IN/EXCLUSÃO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA NO SUL DO BRASIL. Revista Direitos Sociais E Políticas Públicas (UNIFAFIBE), 12(3), 78–101. Recuperado de https://portal.unifafibe.com.br:443/revista/index.php/direitos-sociais-politicas-pub/article/view/1550

Edição

Seção

DOUTRINAS NACIONAIS