MEDICALIZAÇÃO NAS INSTITUIÇÕES SOCIALMENTE CONCEBIDAS: POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS
DOI:
https://doi.org/10.25245/rdspp.v8i3.896Keywords:
Medicalização. Instituições. Sociedade.Abstract
Este artigo trata da consequência da denominada medicalização nas instituições criadas pelas relações humanas. É compreendida como fenômeno que causa efeitos na sociedade, a partir de uma atuação dos profissionais da área biomédica. Envolve também as instituições econômicas criadas pelos indivíduos, para a sua interação social. Serão apresentados os conceitos e à análise da medicalização nos campos político, econômico e social. Discorrer-se-á sobre suas formas, como a biopolítica, o comportamento transgressivo das normas sociais, o controle social e o processo irregular, atentando-se para os três principais tipos de iatrogêneses. Será trazida ao debate a visão associativa entre a medicalização e as instituições da ciência econômica, sob perspectiva das diferentes conceituações, com base na teoria institucionalista. Buscar-se-á uma definição que possa incorporar suas amplas concepções. Abordar-se-ão as ideias de escolas institucionalistas, analisando-se as instituições com base na concepção de Douglas North. Serão indicadas as causas socioculturais que motivam as mudanças institucionais, segundo a teoria da microeconomia, fazendo-se uma análise das restrições formais e informais. Concluir-se-á que a medicalização é vetor da mudança institucional das restrições socialmente concebidas. O desenvolvimento do tema será feito através de um estudo qualitativo e dedutivo de revisão bibliográfica.
Palavras-chave: Medicalização. Instituições. Sociedade.
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