A PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES EM POLÍTICAS HÍDRICAS NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO/MG

Auteurs

  • Alexsandra Matilde Resende Rosa UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
  • Vera Lúcia de Miranda Guarda UFOP
  • Kerley dos Santos Alves UFOP

DOI :

https://doi.org/10.25245/rdspp.v10i3.1327

Résumé

Embora haja um expressivo número de normas jurídicas com o objetivo de combater a desigualdade em razão de gênero em todos os setores, as desigualdades persistem, o que ocorre também na gestão da água. Para preencher essa lacuna, a participação das mulheres nos conselhos e nas tomadas de decisões em relação aos recursos hídricos é uma das principais formas de garantia de acesso à água de forma mais igualitária. A participação delas possibilita também o empoderamento, proporcionando-lhes maior possibilidade de exercer poder e cidadania no espaço público, bem como uma maior legitimidade das normas jurídicas e maior eficácia das políticas públicas. Nesse trabalho foi realizado uma pesquisa de campo com conselheiros/as e trabalhadores/as que atuam na gestão da água em Ouro Preto/MG. Os dados foram coletados por meio de entrevistas e analisados. As análises dos dados apontaram a necessidade do aumento da participação das mulheres nas organizações e conselhos, tanto em número, quanto também, na ocupação de postos responsáveis pelas tomadas de decisões. A luta pela superação das diferenças, não se trata de uma luta exclusiva das mulheres, mas também dos homens, coautores e construtores das transformações sociais.

Bibliographies de l'auteur

Alexsandra Matilde Resende Rosa, UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

Doutoranda em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mestre em Sustentabilidade Socioeconômica Ambiental pela Universidade Federal de Ouro Preto. Possui graduação em Direito pela Universidade Presidente Antônio Carlos, Mariana/MG e em Psicologia pela Universidade Federal de São João del Rei/MG. Como profissional exerce atualmente a função pública de advogada ambiental na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Mariana/MG (SEMMADS). Pesquisadora associada da Cátedra Unesco Água-Mulher-Desenvolvimento. Desenvolve pesquisas a partir de um viés interdisciplinar nas áreas de Ciências Sociais e Ambientais, atuando principalmente nos seguintes temas: Direito Ambiental e Socioambiental, Gênero, Políticas públicas.

Vera Lúcia de Miranda Guarda, UFOP

Farmacêutico Industrial graduado pela Universidade Federal de Ouro Preto (1985), Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1991) e Doutor em Ciências Farmacêuticas - Universidade de Grenoble I (Scientifique Et Medicale - Joseph Fourier) (1998 ). Foi professora do Departamento de Farmácia da Universidade Federal de Ouro Preto entre 1992 e 2018. Tem experiência na área de Farmácia, com ênfase em Síntese de Fármacos e Controle de Qualidade de Medicamentos, atuando principalmente nos seguintes tópicos: síntese de derivados 2H-1 ,4-benzotiazinonas, caracterização estrutural, atividades farmacológicas e validação de metodologias analíticas. Realizou pesquisas em áreas de fitorremediação utilizando cianobactérias e macrófitas e a validação de metodologias analíticas para controle de água potável e realiza estudos sobre água e gênero. Coordenadora da Cátedra UNESCO: Água, mulheres e desenvolvimento de 2006 a 2018. Representa o Brasil no GT - Água e Gênero do PHI - LAC da UNESCO. Participou como representante da CONAPHI - Brasil Especialista em Empreendedorismo e Inovação. Criou e coordenou o NuCát - Núcleo da Cátedra UNESCO - água, mulher e desenvolvimento desde a data de seu reconhecimento: Resolução CEPE-UFOP - 7420 de 16/02/2012 a 2108. Professora voluntária do Programa de Mestrado Profissional em Sustentabilidade Ambiental e Socioeconômica Editor da Revista ALEMUR. Fixou-se em novembro de 2018, como professora titular da Universidade Federal de Ouro Preto.

Kerley dos Santos Alves, UFOP

Pós doutora em Ciências Sociais pelo Centro de Estudos sobre Democracia, Cidadania e Direito do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (UC). Doutora em Psicologia pela PUC-MG e estágio Sanduich pela Universitat Autonoma de Barcelona, .Graduada em Administração pela Universidade Federal de Ouro Preto, graduada em Psicologia e em Turismo pelo Centro Universitário Newton Paiva. Especialização em Administração Pública, Especialização em Educação/ Interpretação Ambiental e especialização em Gerenciamento de Empresas. Mestre em Turismo e Meio Ambiente pelo Centro Universitário de Ciências Gerenciais (UNA). Técnica em Química, Técnica em Patologia/ analises clinicas. Professora adjunta do quadro efetivo da Universidade Federal de Ouro Preto - Coordenadora do Programa de Mestrado em Sustentabilidade Socioeconômico Ambiental e Professora na Escola de Direito, Turismo e Museologia. Pesquisadora Associada da Cátedra Unesco Água-Mulher-Desenvolvimento (UFOP), vinculada ao Grupo de pesquisa Turismo, Patrimônio, Relações Sociais e de Trabalho (DETUR) e membro do Observatório Internacional de Inclusão, Interculturalidade e Inovação Pedagógica ( OIIIIPe), membro do grupo Trabalho e saúde mental da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP), vinculada ao Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas de Turismo (CET/UNB). Poetisa, caminhante. Atua principalmente nos seguintes temas: Intervenções psicossociais - Turismo, Trabalho, Gênero, Ambiente, Políticas públicas.

Références

ABOIM, Sofia. A vida familiar no masculino: negociando velhas e novas masculinidades. Lisboa: Cite, 2010.

ACKER, Joan. Doing comparable worth: gender, class and pay equity. Philadelphia: Temple University Press, 1989.

AHLERS, R AND ZWARTEVEEN, M. The Water Question in Feminism: Water Control and Gender Inequities in a Neoliberal Era. Gender, Place and Culture 16(4): 409–426, 2009.

ARAÚJO, Ângela M. C; FERREIRA, Verônica C. Sindicalismo e Relações de Gênero no Contexto da Reestruturação Produtiva. In: ROCHA, Maria Isabel B. (org.). Trabalho e Gênero: mudanças, permanências e desafios. São Paulo: Ed. 34, 2000.

BAGUMA, D; HASHIM, J. H; ALJUNID, S. M.; LOISKANDL, W. Safe water shortages, gender perspective and related challenges in developing countries: the case of Uganda. Science of the total environment 442. p 96-102, 2013.

BEAUVOIR, Simone. O Segundo Sexo. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980

BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: a experiência vivida. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1967.

BELLE, F. Executivas: quais as diferenças na diferença. In: CHANLAT, J. F. (Coord.). O indivíduo nas organizações. São Paulo: Atlas, 1993.

BRUSCHINI, Cristina. Gênero e Trabalho no Brasil: novas conquistas ou persistências da discriminação. In: ROCHA, Mª Isabel B. Trabalho e Gênero: mudanças, permanências e desafios. São Paulo:E. 34, 2000.

BRUSCHINI, Cristina; ROSEMBERG, Fúlvia. A Mulher e o Trabalho. In: BRUSCHINI, Cristina; ROSEMBERG, Fúlvia (orgs.). Trabalhadoras do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1982.

BRUSCINI, C.; PUPPIN, Andrea Brandão. “Trabalho de mulheres executivas no Brasil no final do século XX”. Cadernos de Pesquisa da Fundação Carlos Chagas, v.34, n.121, jan.- abr. 2004, p.105- 138.

CABRAL, F.; DÍAZ, M. Relações de gênero. In: Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte; Fundação Odebrecht. Cadernos afetividade e sexualidade na educação: um novo olhar. Belo Horizonte: Gráfica e Editora Rona Ltda, 1998. p. 142-150.

CAMPOS, V. N. de O.; FRACALANZA, A. P. Governança das águas no Brasil: conflitos pela apropriação da água e a busca da integração como consenso. Ambiente & Sociedade, Campinas, v.13, n. 2, p. 365-382, 2010.

CAPPELLE, M. C. A.; GUIMARÃES, Tatiane Barleto Canizela; DOYLE, Maria Luíza de Fátima Proença; MELO, Marlene Catarina de Oliveira Lopes. A mulher gerente: um estudo de caso numa companhia mineradora em Belo Horizonte/MG. In: Encontro da Iberoamerican Academy of Management, 2003, São Paulo. Iberoamerican Academy of Management, 2003.

CARVALHO, M.E.P. Pierre Bourdieu sobre gênero e educação. Revista Ártemis, João Pessoa – PB, n.1, vol. 1, dez 2004. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/artemis/article/view/2364. Acesso em: 18 out. 2019.

CIAMPA, A. da C. A estória do Severino e a história da Severina: um ensaio de psicologia social. São Paulo: Brasiliense, 2001.

CITE (2003), “Manual de Formação de Formadores/as em Igualdade entre Mulheres e Homens”, Lisboa. Disponiível em: http://cite.gov.pt/imgs/downlds/Manual_CITE.pdf. Acesso em 18 de janeiro de 2019.

DUBAR, C. A socialização: construção das identidades sociais e profissionais. Portugal: Porto Editora, 1997.

FISCHER, I. R. Gestão de recursos hídricos: facetas da participação e representação das mulheres. 2017. Disponível em: < http://www.en.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/1496180859_ARQUIVO_Eartigofazen dogenero2017.pdf>. Acessado em: 02 de junho de 2019.

FISHER, J. Women in water supply, sanitation and hygiene programmes. Proceedings of the ICE: Municipal Engineer,161 (4), p. 223 -229. 2008.

FLEURY, A; FLEURY, M.T. Aprendizagem e Inovações Organizacionais: as experiências de Japão, Coréia e Brasil. São Paulo: Atlas, 1995.

FONSECA, Tânia M.G. Gênero, Subjetividade e Trabalho. Porto Alegre/RS: Tese em Educação apresentada a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2000.

FORTINO, Sabine. La Mixité au travail. Paris: La Dispute, 2002 (Coll. Le genre du monde).

GOMÁRIZ, Enrique. Los Estúdios de Gênero y sus Fuentes Epistemológicas: periodizacion y perspectivas. Isis Internacional. Santiago – Chile: Ediciones de las mujeres. N.17, 1992.

GÓMEZ, M.; WINKLER, I. Gender Equality, Water Governance and Food Security with a Focus on the Near East and North Africa (NENA). Global Initiative for Economic, Social and Cultural Rights. Julho de 2015. Disponível em: . Acessado em : 19/12/2019.

GUARESCHI, P.; JOVCHELOVITCH, S. Introdução. In: GUARESCHI, P.; JOVCHELOVITCH, S.

(Org.). Textos em representações sociais. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1995. p. 17-25.

HERNANDÉZ, C. O. Gênero e meio ambiente: a construção do discurso para o desenvolvimento sustentável. Ambientey Desarrollo: genero, agroindustria y ecología, Bogotá, n. 26, p.1-127, jun. 2010. Título Original: Género y meio ambiente: la construcción del discurso para el desarrollo sustentable. Disponível em:

<http://revistas.javeriana.edu.co/index.php/ambienteydesarrollo/article/view/1092>Acesso em:15 fev. 2019.

KEVANY, K., &HUISINGH, D. A review of progress in empowerment of women in rural water management decision-making processes. Journal of Cleaner Production, 60, 53–64, 2013.

LOMBARDI, M. R. Engenheira e gerente: desafios enfrentados por mulheres em posições de comando na área tecnológica. In: COSTA, A. O.; SORJ, B; BRUSCHINI, C; HIRATA, H. Mercado de Trabalho e Gênero: comparações internacionais. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008.

LOPES, Mónica; FERREIRA, Virgínia. Os custos da maternidade e paternidade na perspectiva dos indivíduos, das organizações e do Estado. Coimbra: CES, 2009.

LÜCHMANN, Lígia Helena Hahn. Participação e representação nos conselhos gestores e no orçamento participativo. Cad. CRH v. 21 nº 52, jan/abr Salvador 2008.

MANDARA, CG; NIEHOF, A; HORST, H. “Women and Rural Water Management: Token Representatives or Paving the Way to Power?” Water Alternatives, 10(1), 116–133, 2017.

MARRY, C. As carreiras das mulheres no mundo acadêmico. O exemplo da Biologia. In: COSTA, A. O.; SORJ, B; BRUSCHINI, C; HIRATA, H. Mercado de Trabalho e Gênero: comparações internacionais. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008.

MONTEIRO, Rosa. O que dizem as mães: mulheres trabalhadoras e suas experiências. Coimbra: Quarteto, 2005.

OLIVEIRA, N.; OLIVEIRA, R. de C. M.; DALFIOR, S. D. R. Gênero e novas perspectivas de trabalho: um estudo junto a mulheres gerentes de atendimento no Banco do Brasil. In: Encontro Nacional de Pós-Graduação em Administração, 24., 2000, Florianópolis. Anais. Florianópolis: ANPAD, 2000.

PORTELLA, Ana Paula; GOUVEIA, Taciana. Idéias e Dinâmicas para Trabalhar com Gênero. Recife: Metodologia SOS Corpo. Gênero e Cidadania, 1992.

REDDY, B.; SNEHALATHA, M. Sanitation and Personal Hygiene: What Does It Mean to Poor and Vulnerable Women? Indian Journal of Gender Studies.Vol. 18, Nº3, p. 381-404. 2011.

SANTOS, Gina. Gestão, trabalho e relações sociais de género. In: FERREIRA, Virgínia (Org.). A igualdade de mulheres e homens no trabalho e no emprego em Portugal: políticas e circunstâncias. Lisboa: Cite, 2010. p. 99-138.

SHONSEY, C., GIERKE, J., Quantifying available water supply in rural Mali based on data collected by and from women, Journal of Cleaner Production. 2012.

SILVA da L; FISCHER I. R. Gênero e Recursos Hídricos: Uma Análise da Participação das Mulheres na Política de Gestão da Água. 2010. Disponível em http://www.sbpcnet.org.br/livro/62ra/resumos/resumos/2635.htm Acesso em 01 de julho de 2019.

SILVA, B. B. As relações de gênero e o saneamento: Um estudo de caso envolvendo três comunidades rurais brasileiras. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte. 2017.

SILVA, J. R. G. da; VERGARA, S. C. Mudança organizacional e as múltiplas relações que afetam a reconstrução das identidades dos indivíduos. In: Encontro Nacional de Pós-graduação em Administração, Anais, 2002.

SILVA, L. M. Mulher e Cultura. Cadernos do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher. Belo Horizonte/MG: Universidade Federal de Minas Gerais, 1987.

SIMIYU, S. Determinants of usage of communal sanitation facilities in informal settlements of Kisumu, Kenya. Environment & urbanization.Vol 28, Nº 1, April 2016.

STEIL, A. V. Organizações, gênero e posição hierárquica: compreendendo o fenômeno do teto de vidro. Revista de Administração, São Paulo v.32, n.3, p.62-69, Jul./Set., 1997.

TEIXEIRA, V. O fenômeno Teto de Vidro e a ocupação da mulher no mercado de trabalho. Dosponível em: https://administradores.com.br/artigos/o-fenomeno-teto-de-vidro-e-a-ocupacao-da- mulher-no-mercado-de-trabalho. Acessado em 10 de Fev. de 2020.

TOLEDO, de S. M.; BULGACOV, Y. Cultura Organizacional e identidade: implicações dos ritos de passagem na identidade de jovens executivos trainees em uma organização multinacional. In: Encontro Nacional de Pós-graduação em Administração, Anais, 2004.

TIBESIGWA, B; VISSER, M; HUNTER, L; COLLINSON, M & TWINE, W. Gender Differences in

Climate Change Risk, Food Security and Adaptation: A Study of Rural Households’ Reliance on Agriculture and Natural Resources to Sustain Livelihoods. Economic Research Southern Africa 545. 31p, 2015.

WALLACE, TINA; FENELLA PORTER. “Introduction Gender and Development.” Gender & Development 18(1): 1–10, 2010.YAGHSISIAN, A. M.; FREITAS, G. P. A mediação transformativa como instrumento de empoderamento das mulheres na agenda ambiental de desenvolvimento sustentável: ensaio sobre a pacificação de conflitos intergeracionais. Conpedi Law Review, v. 1, n. 15, p.

Téléchargements

Publiée

2023-02-15

Comment citer

Matilde Resende Rosa, A., Guarda, V. L. de M., & Alves, K. dos S. (2023). A PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES EM POLÍTICAS HÍDRICAS NO MUNICÍPIO DE OURO PRETO/MG. Revista Direitos Sociais E Políticas Públicas (UNIFAFIBE), 10(3), 360–387. https://doi.org/10.25245/rdspp.v10i3.1327

Numéro

Rubrique

DOUTRINAS NACIONAIS