SISTEMA PRISIONAL NO BRASIL E AS MULHERES NEGRAS
DOI:
https://doi.org/10.25245/rdspp.v11i2.1434Palavras-chave:
feminismo negro, racismo estrutural, encarceramento em massa, sistema prisional, julgamento sob perspectiva de gêneroResumo
O presente artigo tem por objetivo a abordagem histórica do movimento do feminismo negro no Brasil e no mundo, buscando também abordar a construção do pensamento colonialista sobre a mulher negra escravizada e suas consequências discriminatórias no sistema de justiça prisional brasileiro. O artigo também apresenta dados e estatísticas que fundamentam e explicam a importância do referido tema no presente trabalho, bem como a preocupação do Poder Judiciário para estabelecer diretrizes e protocolos nos julgamentos sob a perspectiva de gênero através da Resolução n. 492 de 17/03/2023 do Conselho Nacional de Justiça. Parte-se da metodologia lógico-dedutiva para realização de pesquisas através das literaturas apontadas nas referências bibliográficas, análise de estatísticas de órgãos oficiais e organizações não-governamentais, jurisprudências e artigos jurídicos. Em sua estrutura, o presente artigo parte da análise do processo de construção e dinâmica dos movimentos feministas na história, ingressando no movimento do feminismo negro e suas interseccionalidades; analisando a questão do racismo estrutural e dados estatísticos nos sistemas prisionais brasileiros, e sua correlação com a construção de um pensamento discriminatório contra a mulher negra.
Referências
AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade (Feminismos Plurais / coordenação de Djamila Ribeiro) - ed. Pólen: São Paulo.2019.
ALMEIDA, Silvio de. Racismo Estrutural (Feminismos Plurais/coordenação de Djamila Ribeiro). São Paulo: Sueli Carneiro. Polen, 2019.
ALVARENGA, Necropolítica e Racismo no Sistema Penal Brasileiro: Crônica de uma morte anunciada. Ebook Kindle, 2021
BAGGENSTOS, Grazielly A; PIOVESAN, Betina. Direito, vida e morte: ensaio sobre a ambivalência do discurso jurídico brasileiro. In FERRAZ, Carolina et al (coord). Direito e morte. Belo Horizonte: Editora Letramento, 2019.
BAGGENSTONS, Grazielly Alessandra; COELHO, Leandro. A COLONIALIDADE DO PODER COMO LÓGICA RACISTA DO SISTEMA DE JUSTIÇA BRASILEIRO. Revista Direito. UnB | Maio-Agosto 2021, V. 05, N. 02 | ISSN 2357-8009 | pp. 75-102.
BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: a experiência vivida. v II. Tradução Sérgio Millet. 5 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.
BORGES, Juliana. ENCARCERAMENTO EM MASSA -- (Feminismos Plurais / coordenação de Djamila Ribeiro), São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
BRASIL. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA. Departamento Penitenciário Nacional. Relatório temático sobre mulheres privadas de liberdade: junho de 2017. Infopen Mulheres. Consultor: Marcos Vinícius Moura Silva. Brasília: Ministério da Justiça e Segurança, Departamento Penitenciário Nacional, 2019. Disponível em https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2021/10/protocolo-18-10-2021-final.pdf, acesso em 10/06/2023.
CARNEIRO, Sueli. Construção do Outro como não-ser um fundamento do ser. 2005. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo na Área de Filosofia da Educação. USP: São Paulo. 2005.
DAVIS, Ângela. Mulheres, raça e classe /tradução Heci Regina Candiani. - 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2016.
DEPEN. Departamento Penitenciário Nacional. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias. INFOPEN – Junho de 2014. Disponível em https://www.justica.gov.br/news/mj-divulgara-novo-relatorio-do-infopen-nesta-terca-feira/relatorio-depen-versao-web.pdf/view, acesso em 10/06/2023.
ERCOLANI, Kamila Machado. FERNANDES, Carolina de Sena. DA SENZALA AO CÁRCERE: A MULHER NEGRA E O SISTEMA PRISIONAL. Congresso Internacional de Ciências Criminais. Ed PUCRS. Porto Alegre, 2020. Disponível em https://editora.pucrs.br/edipucrs/acessolivre/anais/congresso-internacional-de-ciencias-criminais/assets/edicoes/2020/arquivos/178.pdf, acesso em 09/06/2023.
FEIJÓ, Janaina. A participação das mulheres negras no mercado de trabalho. FGV, 2022. In: https://portal.fgv.br/artigos/participacao-mulheres-negras-mercado-trabalho, acesso em 09/06/2023.
GELEDES. In: https://www.geledes.org.br/os-216-anos-da-revolucao-haitiana-a-maior-revolta-de-negros-em-um-pais-colonizado/, Acessado em 01/06/2023.
GELEDES. Instituto da Mulher Negra SP. Os 216 anos da Revolução Haitiana, a maior revolta de negros em um país colonizado. Publicado em 02/01/2020. Disponível em https://www.geledes.org.br/os-216-anos-da-revolucao-haitiana-a-maior-revolta-de-negros-em-um-pais-colonizado/, acessado em 14/06/2023.
GRESH, Alain. Escravidão à Francesa. Le Monde Diplomatique Brasil. França, 04/04/2008. Disponível em: https://diplomatique.org.br/escravidao-a-francesa-2/, acesso em 07/06/2023.
LABRUNA, Felipe. Levante do Sul: Decolonialidade Latino-americana. 1ª edição. Ed Matrioska. São Paulo, 2023.
MARTINS, Larissa Papa Nogueira. SOUSA, Fábio da Silva. FEMINISMO NEGRO E INTERSECCIONALIDADE: UMA ANÁLISE DA REPRESENTATIVIDADE E RESISTÊNCIA EXPRESSAS NA VIDA E OBRA DE ELZA SOARES. XIII Encontros de Estudos Multidisciplinares em Cultura. Agosto, 2022. Bahia, Salvador.
MBEMBE, Achiles. NECROPOLÍTICA. Biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. N-1 edições, Rio de Janeiro, 2018.
MENDES, Soraia da R. Série IDP Criminologia Feminista Novos Paradigmas. Editora Saraiva, 2017. E-book. ISBN 9788547221706. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547221706/. Acesso em: 12 jun. 2023.
NASCIMENTO, Gabriel. ENTRE O LÓCUS DE ENUNCIAÇÃO E O LUGAR DE FALA: MARCAR O NÃO-MARCADO E TRAZER O CORPO DE VOLTA NA LINGUAGEM. Trabalhos em Linguística aplicada, Jan-Abr, 2021. Disponível em https://www.scielo.br/j/tla/a/r7rQrXcSvgQFTx3WNft4Rff/, acesso em 20/06/2023.
OLIVEIRA, Manoel Rufino David de; e VASCONCELOS, Isadora Cristina Cardoso de. Por uma criminologia feminista e negra: uma análise crítica da marginalização da mulher negra no cárcere brasileiro. Revista Eletrônica de Direito Penal e Politica Criminal – UFRGS. Vol. 4. N.1.2016. Disponível em: < http://seer.ufrgs.br/redppc/article/download/65762/37787#:~:text=De%20fato%2C%20conforme%20j%C3%A1%20sustentado,recebem%20pouca%20ou%20nenhuma%20aten%C3%A7%C3%A3o. acesso em 31/05/2023.
PIMENTEL, Silvia. MENDES, Maria. Estereótipos de Gênero: como são julgados os crimes de Estupro e demais violências sexuais contra as mulheres. Ed Matrioska. São Paulo, 2023.
PIMENTEL, Silvia. BIANCHINI, Alice. Feminismo(s). Ed. Matrioska. Coord. Álvaro de Azevedo Gonzaga, São Paulo, 2021.
PINTO, Céli Regina Jardim. Feminismo, história e poder. Revista Sociologia e Política. Curitiba, v. 18, n. 36, p. 15 -23, jun. 2010.
PIOVESAN, Flavia. A proteção Internacional dos Direitos Humanos das Mulheres. Para a revista EMERJ. Rio de Janeiro, v. 15, n.57 (Edição Especial), p. 70-89. Jan.-Mar 2012. Disponível em: <https://www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista57/revista57_70.pdf>. Acesso em: 31/05/2023.
SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade (da pessoa) humana e direitos fundamentais na Constituição Federal de 1988. 10 ed. Ver. Atual e ampl. – Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2015.
SANTOS, Jahyra Helena P. dos. SANTOS, Ivanna Pequeno dos. PRISÕES: UM APORTE SOBRE A ORIGEM DO ENCARCERAMENTO FEMININO NO BRASIL. Disponível em http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=c76fe1d8e0846243#:~:text=Os%20primeiros%20presídios%20que%20surgiram,pequeno%20número%20de%20mulheres%20presas Acesso em 13/06/2023.
SILVA, Alex Sander da. ANGELA DAVIS E A LUTA POR LIBERDADES EM TEMPOS DE CRISES. POIÉSIS – Revista Do Programa De Pós-Graduação Em Educação – Mestrado – Universidade Do Sul De Santa Catarina. Unisul, Tubarão, v.12, n. 22 p. 429-433, Jun/Dez 2018.
SANTOS, Carla Adriana da Silva Santos. Ó Pa í, prezada! Racismo e Sexismo Institucionais Tomando Bonde No Conjunto Penal Feminino de Salvador. Dissertação apresentada a Universidade Federal da Bahia. Salvador. 2014. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/18987/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O%20de%20Carla%20Adriana%20da%20Silva%20Santos.pdf>. Acessado em 31/05/2023.
SISDEPEN. Secretaria Nacional de Políticas Penais. Relatório Julho-Dezembro de 2022. DIsponivel em https://www.gov.br/senappen/pt-br/servicos/sisdepen, acesso em 10/06/2023.
SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se Negro. Ed Zahar. 1ª ed. Rio de Janeiro, 2021.
STJ. Superior Tribunal de Justiça. Disponivel em https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/2023/15032023-Protocolo-para-Julgamento-com-Perspectiva-de-Genero-passa-a-ser-obrigatorio-no-Judiciario.aspx acesso em 13/06/2023
TAHYRINE, Iyalê. Encarceramento em massa das mulheres negras é destaque no Prosa e Fato. Recife, PE. Brasil de Fato. 01/08/2022. Disponível em https://www.brasildefatope.com.br/2022/08/01/encarceramento-em-massa-das-mulheres-negras-e-destaque-no-prosa-e-fato, acesso em 09/06/2023.
VASCONCELOS, Isadora Cristina Cardoso de. OLIVEIRA, Manoel Rufino David de. POR UMA CRIMINOLOGIA FEMINISTA E NEGRA: UMA ANÁLISE CRÍTICA DA MARGINALIZAÇÃO DA MULHER NEGRA NO CÁRCERE BRASILEIRO. Revista eletrônica de direito penal e política criminal -UFRGS. Vol. 04, n. 1, 2016. Disponível em https://seer.ufrgs.br/index.php/redppc/article/view/65762/37787, acesso em 09/06/2023.