A POLÍTICA, OS ATORES E O DESENHO INSTITUCIONAL - A POLÍTICA PÚBLICA DE DEFESA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E SUA RECONFIGURAÇÃO INSTITUCIONAL A PARTIR DOS ATORES SOCIAIS LOCAIS.
DOI:
https://doi.org/10.25245/rdspp.v10i2.1204Palavras-chave:
Conselho tutelar, Instituição participativa, EncaixeResumo
O artigo tem por objetivo trazer a participação dos atores sociais na modificação do desenho institucional da política pública de defesa dos direitos e deveres das crianças e dos adolescentes (ECA/90) a partir de uma experiência localizada, isto é, de um estudo de caso. Partimos da seguinte indagação: como os elementos locais mobilizam as ações dos atores sociais de modo a incidir modificações no desenho institucional da política? Para isso, fazemos uso da obtenção de dados empíricos, principalmente através de entrevistas abertas, utilizando a observação direta com os conselheiros tutelares do Conselho Tutelar (CT) do município de Horizonte, Estado do Ceará. Metodologicamente, aplicamos a explanação correlacional, exploratória e bibliográfica. Para a análise teórica, usamos o conceito de encaixe (Lavalle; Carlos; Dowbor e Szwako, 2018) para entender as ações dos atores sociais tutelares. O resultado dos dados nos permite afirmar que o Conselho Tutelar, quase invisibilizado por pesquisas de Instituições Participativas (IPs) no Brasil, sofre forte interferências dos elementos locais a ponto de reconfigurar os princípios basilares que caracterizam a política.
Referências
AVRITEZ, Leonardo. Sociedade civil, instituições participativas e representação: da autoridade à legitimidade da ação. Revista Dados, Rio de Janeiro, v.50, n.3, p.443-64, 2007.
BOSI, Lorenzo. “Incorporation and Democratization: The Long-Term Process of Institutionalization of the Northern Ireland Civil Rights Movement”, in L. Bosi, M. Giugni e K. Uba (eds.), The Consequences of Social Movements. Cambridge, Cambridge University Press, pp. 338-360, 2016.
BOSI, Lorenzo; GIUGNI, Marco; UBA, Katrin. “The Consequences of Social Movements: Taking Stock and Looking Forward”, in L. Bosi, M. Giugni e K. Uba (eds.), The Consequences of Social Movements. Cambridge, Cambridge University Press, pp. 3-38, 2016.
CARLOS, Euzeneia. Movimentos sociais e políticas públicas: consequências na política nacional de direitos humanos. Revista Dados, Rio de Janeiro, v.64 (4), 1-41, 2021. Disponível em: https://ufes.academia.edu/EuzeneiaCarlos
CARLOS, Euzeneia. (2017), “Cooperação e Conflito na Relação Movimentos Sociais e Estado”. Política & Sociedade, vol. 16, nº 35, 321-350, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/politica/article/view/2175-7984.2017v16n35p321
CÔRTES, S. M. V. Participação de usuários nos conselhos municipais de saúde e assistência social de Porto Alegre. Porto Alegre: [s. n.], 1995. Mimeografado.
DONZOLET, Jaques. A polícia das famílias. Rio de Janeiro: Graal, 2001.
LAVALLE, A.G., CARLOS, E., DOWBOR, M., and SZWAKO, J., comps. Movimentos sociais e institucionalização: políticas sociais, raça e gênero no Brasil pós-transição [online]. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2018, 411 p. Sociedade e política collection. ISBN: 978-85-7511-479-7.
LAVALLE, Adrian Gurza, VOIGT, Jessica, SERAFIM, Lizandra. O que Fazem os Conselhos e Quando o Fazem? Padrões Decisórios e o Debate dos Efeitos das Instituições Participativas. Revista Dados. Rio de Janeiro, Vol. 59, n. 3, p. 609-650, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/dados/a/s3FgjNNsZ4kT8q4nvLVj8Bz/?format=pdf&lang=pt
LEITE, C. K. da S.; FONSECA, F. C. P. da. Nadando contra a maré: Impactos do Golpe Parlamentar de 2016 no campo das políticas públicas no Brasil. Agenda Política, [S. l.], v. 6, n. 2, p. 116–133, 2018. Disponível em: https://www.agendapolitica.ufscar.br/index.php/agendapolitica/article/view/206.
LUCIANA, A. M. S. Partidos, governo e Legislativo nas disputas do Orçamento Participativo: uma análise comparativa. Revista Opinião Pública. 154-188, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ln/a/GrDy9WjWb7p8mWhVwNbgbPD/abstract/?lang=pt
MINAYO, Maria Cecília Souza (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.
PINHEIRO, Ângela Alencar Araripe. Criança e adolescente no Brasil: por que o abismo entre a lei e a realidade. Fortaleza: UFC, 2006.
SANTOS, Antônio Nacílio Sousa. Família, Criança e Mudança Social: reconfiguração da sociabilidade intrafamiliar a partir da nova concepção da criança como sujeito de direitos. 2010. 79 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Sociais) – Centro de Humanidades, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2010. CD-ROM.
SANTOS, Antônio Nacílio Sousa. Do conflito à intervenção tutelar: um estudo sobre casos intrafamiliar e a intervenção dos Agentes Sociais do Conselho Tutelar e do CREAS frente a essa (des)ordem. 2014. 89 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA), Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2014. CDROM.
Santos, A. N. S. Mal-estar e utopia democrática: autonomia do conselho tutelar e as consequências das políticas públicas infanto-juvenil. Revista Instituto de Políticas Públicas de Marília. 5(2). 117- 138. Disponível em : https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/RIPPMAR/article/view/8993
SANTOS, A. N. S. dos . Consejo de tutela y política electoral: la formación de la carrera partidista desde el rol de asesor de tutela. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 1, p. e55911124796, Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/24796 Acesso em: 10 feb. 2022.
Santos, A. N. S. “Marcha ré” na democracia? Estudo comparativo entre a democracia no Brasil e a democracia na Alamenha. Brazilian Journal of Development, v.8, n.4, p. 1-27, Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/47198
Acesso em: 28 abr. 2022.